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parque das estações

(2005)

O projeto do Parque das Estações surgiu da ideia de se criar um parque capaz de absorver as demandas de realizações de feiras e convenções em uma cidade do porte de Juazeiro-BA. A FENAGRI, grande feira agrícola de importância internacional, era o principal evento. Entretanto, a proposta visava manter a sua denominação primeira, a de Parque Urbano.

O Parque das Estações seria construído em uma área de aproximadamente 65 hectares, correspondente ao pátio de manobras da antiga estrada de ferro desativada. O parque ficaria próximo à unidade da universidade federal da região.

Assim, esta área foi escolhida por suas características singulares dentro do espaço urbano. Existem, no entorno, duas estações de trem históricas – o que justifica o nome do parque.   A mais antiga delas data do final do século XIX, e seria recuperada para sediar o Museu da Linha Férrea. A Estrada de Ferro Salvador-Senhor do Bonfim, com ampliação para Juazeiro, foi a primeira do Estado, anterior à Estrada de Salvador-Cachoeira. A segunda estação, datada dos meados do século XX, seria recuperada para abrigar um SAC-Empresarial e a sede administrativa do parque.

As linhas férreas existentes orientavam o desenho do parque. O grande círculo de manobra servia como demarcador dos limites do parque, ao qual se somaria uma grade de fechamento e acessos, assim como uma pista de corrida e ciclovia que circundava o parque e se articulava com o eixo verde – com a intervenção na Banca – anteriormente descrita. Paralelamente à linha férrea de chegada, todo o vazio é preenchido por faixas de ocupação, ora verde, ora molhada, ora construída, ora vazia. O parque seguia a complexidade imposta por sua situação na cidade. Nas primeiras faixas, estavam os equipamentos que serviram à cidade como um todo. Nas faixas seguintes, o parque vai se revelando mais local, em uma relação direta com o bairro – com quadras de esportes e parque infantil. Deste modo, a faixa do estacionamento funcionava como um divisor de águas, que servia às duas estruturas criadas.

Para amenizar o clima semiárido, e aproveitando a tecnologia de canais de irrigação, o parque foi dotado com três faixas de água e espelho d’água, projetados para umidificarem os espaços circundantes. Estes canais, cruzados por pontes de madeira, se articulavam com caminhos que rompiam as faixas de ocupação. Todo o parque era cruzado por caminhos em solo-cimento, que interligavam as várias faixas ocupadas, criando outras possibilidades de uso e fluxos.

As faixas construídas em pedra, áreas cobertas para exposição, com infraestrutura de apoio – sanitário e apoio-bar – , brotariam do chão com materialidade da região, a pedra calcária da Caraíba, com corte especial para compor os grandes paredões, que não apenas fechariam o espaço, como também o protegeriam termicamente. São edifícios que surgiriam do solo, como um movimento tectônico. Essas faixas iam abrigar o supermercado e o mirante-reservatório.

As faixas construídas em alvenaria, com áreas cobertas e climatizadas para a realização de convenções, incluíam três auditórios, sendo o maior deles dotado de caixa cênica e camarins, recebendo um revestimento de pré-moldados de concreto na cor vermelha, intertravados de alturas variáveis – 3cm, 5cm e 7cm. Este acabamento serviria para texturizar e proteger termicamente toda a faixa construída intermediária. Faixa que também abrigaria salas para escritórios, restaurantes e o apoio do supermercado.

Linhas de vegetação de uma mesma espécie foram projetadas para compor e ritmar o paisagismo do parque. Foram pensadas espécies com diferentes períodos de floração para que, durante o ano, o parque ganhasse cores...  Ora todo branco, com os ipês brancos, ora todo rosa, com os ipês rosas.

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