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O SETE 43 foi ampliando seu lugar de atuação, por entender que o processo criativo direcionado para propor espaços não pertencia apenas à arquitetura formalizada do projeto arquitetônico, mas também se espraiava para outras áreas, onde a percepção espacial tivesse um sentido estruturante. Moacyr Gramacho atuou como o ponto de contato, como uma porta que dava acesso a um mundo paralelo ao da arquitetura, e, curiosamente, essencialmente arquitetônico.

 

Começou com suas incursões pela moda, na Espanha, quando trabalhou para Jesus del Pozo [um dos consolidados ateliês da alta costura espanhola da época], e fazendo um percurso que resultou no desenho de objetos e texturas para se vestir.

Posteriormente, já em Salvador, essa trajetória continuaria a ser ampliada para o campo teatral, musical e expográfico. Processos criativos que aconteciam no mesmo espaço onde se fazia arquitetura: o SETE43. Não havia como não contaminar. Nessa época, ninguém fazia ideia da dimensão dessas influências mútuas, que fusionavam. Hoje, em 2020, a opinião dominante é que foi um processo de hibridização desses processos projetivos, onde todos – do escritório e os que chegavam para trabalhar no espetáculo ou filme – de uma certa maneira, vivenciavam, se envolviam e agregavam ideias.

Assim, a arquitetura do SETE43, cada vez mais, se alimentava do fazer artesanal, incorporando outras plasticidades, experimentando materialidades mais simbólicas, onde o parecer era mais importante do que o ser. Aqui... Começou o namoro com o poder da reciclagem e da ressignificação dos materiais.

Nesse processo, foi muito presente a compreensão da diferença entre o novo – tão cobrado pelos arquitetos modernos – e o vivenciado, que passou a ser fundamental no fazer arquitetônico do SETE43.

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