naia alban
casas irmãs I
família cobertura
No caso da Família Cobertura, foi o entender sobre como funcionam esses panos de água, que, por sua plasticidade, como plano inclinado, finalizam, aguçam e movimentam o volume construído. Em um primeiro momento, aconteciam de forma perpendicular aos planos horizontais. Telhados em telhas de cerâmicas de capa e canal, que, no modo tradicional, vão cobrir, proteger, aconchegar os espaços daqueles que habitam seus interiores. E, no caso do Nordeste, para além dele, em um diálogo fluido com o exterior. Assim essas águas propiciam uma construção coerente para nosso clima, conforme os ensinamentos de Armando Holanda[1].
Para além das questões funcionais, as grandes águas, e suas engenhosas estruturas de madeira... Ainda hoje, percebe-se a presença dessa solução no imaginário dos que planejam construir sua própria casa. Clientes que não concebem suas residências de outra maneira, que não seja com um telhado colonial, que são cada vez menos. Um simbólico que se desgastou no tempo pelos incrementos tecnológicos na direção de ambientes artificializados e soluções pasteurizadas pelos modismos incorporados por uma classe média que se afirma pelo igual.
Aqui, nessa Família Cobertura, veremos como o protagonismo dado às coberturas pelo SETE43 teve seu momento de aproximação, entendimento e experimentação de sua poética na Casa Ivan, Casa Ponte e na Casa Secção. Tendo sido tratado como simbólico na Casa Muro. Retorna de forma radical, com a sua força plástica, em seus fechamentos inclinados reversos, mostrando sua ossatura da engenhosa estrutura de madeira. Cobertura que fecha, sustenta e conforma paredes não mais ortogonais. Casa Salamandra, Casa Carcará e Casa Colibri.
[1] HOLANDA, Armando. Roteiro para construir no Nordeste. Recife: Ed. UFPE. 1976.